A liturgia cristã tem
como primeira fonte a liturgia judaica. No entanto, a partir do século II houve
um crescente afastamento das raízes judaicas e uma absorção de expressões
litúrgicas oriundas da gentilidade. Sobretudo a partir de 313, com o Edito de
Milão, a igreja pôde celebrar uma liturgia mais solene e em edifícios
adequados, nos quais os serviços litúrgicos poderiam acontecer.
A INFLUÊNCIA JUDAICA
É patente a influência
da liturgia judaica sobre a cristã. Principalmente se tomarmos como exemplo a
estrutura básica da liturgia judaica, que se organizava fundamentalmente assim: BERAKAH (bênção
de admiração, louvor, agradecimento etc.), SHEMÁ (confissão de fé, profissão de
fé), TEFILLAH (oração), QERIAT TORAH (leitura da Torá).
ORIGENS (SÉC. I-IV)
Originalmente a
liturgia cristã consistia no batismo, fração do pão, leitura, oração e cantos
litúrgicos. Entre os séculos II e III tem início o catecumenato e a
configuração definitiva do batismo e da ceia, a celebração da páscoa anualmente
e o culto aos mártires.
A primeira etapa da
liturgia cristã é caracterizada por uma grande liberdade na apropriação e na
criação das formas cultuais e também na adoção de expressões que eram mais
compreensíveis para os convertidos procedentes da gentilidade. A oração é organizada
conforme as horas do dia e as vigílias noturnas. É característica a
improvisação, embora dentro de esquemas fixos. É neste período que
surge um ciclo de festas cristãs, cuja mais importante é a páscoa, que
determinará a data da celebração das demais festas como o natal.
DESENVOLVIMENTO LOCAL
(SEC. IV-VI)
A partir do edito de Milão,
313, a Igreja pôde celebrar uma liturgia mais solene e mais adequada aos
edifícios que teve restituídos. O domingo foi declarado dia festivo, o ano
litúrgico foi estruturado, aparecem e se consolidam as liturgias locais e se
produz grande criatividade literária.
A entrada maciça de
convertidos do paganismo obrigou a igreja a reorganizar o catecumenato e manter
o rigorismo na reconciliação sacramental dos penitentes. Aparecem as insígnias
pontificais, as vestes e as sedes dos ministros.
(referências: MARTÍN. A liturgia da igreja. Paulinas. DI SANTE. Liturgia judaica. Paulus.)
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