quinta-feira, 26 de abril de 2012

A LITURGIA CRISTÃ ANTIGA


A liturgia cristã tem como primeira fonte a liturgia judaica. No entanto, a partir do século II houve um crescente afastamento das raízes judaicas e uma absorção de expressões litúrgicas oriundas da gentilidade. Sobretudo a partir de 313, com o Edito de Milão, a igreja pôde celebrar uma liturgia mais solene e em edifícios adequados, nos quais os serviços litúrgicos poderiam acontecer.

A INFLUÊNCIA JUDAICA
É patente a influência da liturgia judaica sobre a cristã. Principalmente se tomarmos como exemplo a estrutura básica da liturgia judaica, que se organizava fundamentalmente assim: BERAKAH (bênção de admiração, louvor, agradecimento etc.), SHEMÁ (confissão de fé, profissão de fé), TEFILLAH (oração), QERIAT TORAH (leitura da Torá).

ORIGENS (SÉC. I-IV)
Originalmente a liturgia cristã consistia no batismo, fração do pão, leitura, oração e cantos litúrgicos. Entre os séculos II e III tem início o catecumenato e a configuração definitiva do batismo e da ceia, a celebração da páscoa anualmente e o culto aos mártires.

A primeira etapa da liturgia cristã é caracterizada por uma grande liberdade na apropriação e na criação das formas cultuais e também na adoção de expressões que eram mais compreensíveis para os convertidos procedentes da gentilidade. A oração é organizada conforme as horas do dia e as vigílias noturnas. É característica a improvisação, embora dentro de esquemas fixos. É neste período que surge um ciclo de festas cristãs, cuja mais importante é a páscoa, que determinará a data da celebração das demais festas como o natal.

DESENVOLVIMENTO LOCAL (SEC. IV-VI)
A partir do edito de Milão, 313, a Igreja pôde celebrar uma liturgia mais solene e mais adequada aos edifícios que teve restituídos. O domingo foi declarado dia festivo, o ano litúrgico foi estruturado, aparecem e se consolidam as liturgias locais e se produz grande criatividade literária.

A entrada maciça de convertidos do paganismo obrigou a igreja a reorganizar o catecumenato e manter o rigorismo na reconciliação sacramental dos penitentes. Aparecem as insígnias pontificais, as vestes e as sedes dos ministros.

(referências: MARTÍN. A liturgia da igreja. Paulinas. DI SANTE. Liturgia judaica. Paulus.)

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