segunda-feira, 4 de junho de 2012

BASÍLIO DE CESARÉIA


Basílio Magno (de Cesaréia 330-379). Além da atividade religiosa, Basílio fundou monastérios, reformou a vida clerical (regra basiliana) e litúrgica. Em torno de 375-379 escreveu “Advertência aos jovens a respeito do uso dos clássicos pagãos”. Espístola na qual ensina a valorizar o que de bom se encontra nos autores não cristãos. Além da estima pela teologia, ele também enfatizava o dever de amor ativo ao próximo. O coração da vida consagrada está no serviço amoroso ao próximo. Sua regra é marcada pelas seguintes características: obediência como base da vida religiosa; perfeição como sacrifício da vontade; o paradigma da vida comunitária é a comunidade primitiva de Jerusalém. Ele foi um dos primeiros a organizar a oração salmódica.
O trabalho dogmático mais importante de Basílio apóia-se na sua luta contra o arianismo e, particularmente, contra os imperadores Juliano (tentou restaurar o paganismo) e Valente. Seu empenho tem o objetivo de esclarecer a fé da Igreja:
— “Nas discussões sobre Deus deve-se tomar por guia a fé, a fé que impele à aceitação mais fortemente do que à demonstração, a fé que não é produzida por uma necessidade geométrica, mas pela ação do Espírito Santo” (Hom. In Ps., 115, 1).
— “Não aceitamos nenhuma fé que não seja prescrita por outros nem presumimos expor os resultados de nossa reflexão, para não dar como regra de religião o que somente os santos padres nos têm ensinado”.
— Em suas discussões sobre a Trindade, mantém firme o fundamento de uma só substância (ousía) e três Pessoas (hipóstasis): igualdade substancial das três Pessoas, distintas, no entanto, em sua individualidade. Frente aos semi-arianos, admitiu a substituição do termo “consubstancial” pela fórmula “semelhante imutavelmente na essência”.
— Diante de Eunômio, São Basílio afirma que “o conhecimento da essência divina consiste somente na percepção de sua incompreensibilidade” (Ep. 234, 2). Podemos conhecer Deus através de suas obras, mas sua essência nos é inacessível.

FONTE: Breve dicionário de pensadores cristãos. SANTIDRIÁN.

AS FORMAS DE VIDA CONSAGRADA


A vida celibatária: parece que teve motivação teológica, com a intenção de ser um sinal da presença do Reino de Deus. aparece como uma opção livre. As virgens consagradas são apontadas como uma das primeiras formas de vida consagrada. Durante os séculos II e III há um crescimento do celibato como forma de consagrar-se a Deus. Era uma espécie de marca cristã de superioridade sobre o paganismo, como acentuam Tertuliano e Clemente.
A vida eremítica: um anseio por perfeição, anacoretismo. Antão do deserto (250-350) parece ter sido o pioneiro na retirada para o deserto. Aos vinte anos abandonou sua abastada família e retirou-se para o deserto do Egito. Por volta de 306 começou a receber discípulos.
A pedagogia da direção espiritual consistia em: submissão ao ancião (sua autoridade e palavra eram reconhecidas como carismáticas, um dom divino), imitá-lo, abrir-se a ele, libertar-se do apego egoísta, discernir os espíritos, guiar-se pela Palavra de Deus.
Mentoria e discipulado. A perfeição era considerada como penitência física. Havia um forte acento na luta contra os demônios e na recondução da humanidade ao estado anterior ao pecado original.
A vida cenobítica: vida em comum, em comunidade. Pacômio provavelmente foi seu fundador. Na Palestina, através de Hilarião (séc. IV), desenvolveu-se uma forma intermediária de monasticismo entre o anacoretismo e o cenobitismo.