quarta-feira, 24 de abril de 2013

A FORMAÇÃO EDUCACIONAL NA ÚLTIMA FASE DA IDADE MÉDIA


O imperador Carlos Magno levou para a sua corte Alcuíno de York, que o ajudou a instituir escolas que preparariam clérigos e leigos para atuarem na igreja e no império. Parece que estas escolas representam a gênese do que se tornaria uma das maiores invenções medievais: a universidade.
As universidades medievais foram corporações de ensino. Nelas estudantes e professores conviviam em função de um bem comum: a procura por saber. Interessa-nos conhecer um pouco sobre como funcionava a universidade medieval e sobretudo o curso de teologia. Este era considerado o mais alto grau de estudos que se poderia desenvolver.
Geralmente a universidade se dividia em 4 faculdades: Artes, Teologia, Medicina e Direito. A faculdade de Artes funcionava como propedêutica, com um currículo mínimo de 6 anos. Ao final do curso tornava-se bacharel, devendo comentar os textos clássicos, sob a direção de um orientador, por dois anos. Ao ser aceito para ministrar a primeira aula receberia o título de mestre e devia contar com a idade mínima de 21 anos. Os estudos consistiam das sete artes liberais. Primeiro o trivium: gramática, lógica (dialética) e retórica. Depois continuava-se com o quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música. Esta faculdade deu origem ao que hoje seria a faculdade de filosofia.
A faculdade de teologia tinha como pré-requisito os estudos em Artes. Seguiam-se seis a sete anos de simples estudos, que no final davam o título de bacharel bíblico; devendo o aluno explanar o texto bíblico por dois anos. Depois chegava-se a bacharel sentenciário e deveria comentar por mais dois anos as Sentenças de Pedro Lombardo. Enfim se tornaria bacharel formado e se prepararia durante três anos para a licença de ensino. Em sua aula inaugural lhe seria conferido o grau de mestre em teologia. Devia ter no mínimo 34 anos de idade.
AS TÉCNICAS DE TRABALHO
 LECTIO: leituras das obras. A leitura poderia ser contínua (cursorie) ou expositiva (ordirie).
QUAESTIO: a questão foi, de certo modo, uma evolução lógica da leitura. Iniciava-se o título em forma de pergunta. Depois seguiam-se as opiniões das autoridades a favor e contra. O mestre terminava dando sua resposta e respondia às objeções.
DISPUTATIO: havia dois tipos de disputa. A disputa ordinária e a quodlibetal. A ordinária acontecia até duas vezes por semana, após o meio-dia. A disputa quodlibetal era realizada na Páscoa e no Natal e tinham tema livre, eram sobre qualquer assunto.

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