O imperador
Carlos Magno levou para a sua corte Alcuíno de York, que o ajudou a instituir
escolas que preparariam clérigos e leigos para atuarem na igreja e no império.
Parece que estas escolas representam a gênese do que se tornaria uma das
maiores invenções medievais: a universidade.
As
universidades medievais foram corporações de ensino. Nelas estudantes e
professores conviviam em função de um bem comum: a procura por saber.
Interessa-nos conhecer um pouco sobre como funcionava a universidade medieval e
sobretudo o curso de teologia. Este era considerado o mais alto grau de estudos
que se poderia desenvolver.
Geralmente a
universidade se dividia em 4 faculdades: Artes, Teologia, Medicina e Direito. A
faculdade de Artes funcionava como propedêutica, com um currículo mínimo de 6
anos. Ao final do curso tornava-se bacharel, devendo comentar os textos
clássicos, sob a direção de um orientador, por dois anos. Ao ser aceito para
ministrar a primeira aula receberia o título de mestre e devia contar com a
idade mínima de 21 anos. Os estudos consistiam das sete artes liberais.
Primeiro o trivium: gramática, lógica (dialética) e retórica. Depois
continuava-se com o quadrivium: aritmética, geometria, astronomia e música.
Esta faculdade deu origem ao que hoje seria a faculdade de filosofia.
A faculdade de
teologia tinha como pré-requisito os estudos em Artes. Seguiam-se seis a sete
anos de simples estudos, que no final davam o título de bacharel bíblico;
devendo o aluno explanar o texto bíblico por dois anos. Depois chegava-se a
bacharel sentenciário e deveria comentar por mais dois anos as Sentenças de
Pedro Lombardo. Enfim se tornaria bacharel formado e se prepararia durante três
anos para a licença de ensino. Em sua aula inaugural lhe seria conferido o grau
de mestre em teologia. Devia ter no mínimo 34 anos de idade.
AS TÉCNICAS DE
TRABALHO
LECTIO: leituras das obras. A leitura poderia
ser contínua (cursorie) ou expositiva (ordirie).
QUAESTIO: a
questão foi, de certo modo, uma evolução lógica da leitura. Iniciava-se o
título em forma de pergunta. Depois seguiam-se as opiniões das autoridades a
favor e contra. O mestre terminava dando sua resposta e respondia às objeções.
DISPUTATIO:
havia dois tipos de disputa. A disputa ordinária e a quodlibetal. A ordinária
acontecia até duas vezes por semana, após o meio-dia. A disputa quodlibetal era
realizada na Páscoa e no Natal e tinham tema livre, eram sobre qualquer
assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário